
Por: Carla / Jeciney / Heber / Valdemízia
Com quase treze hectares o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), já atingiu a marca de mais de um milhão de visitantes que contemplaram de perto as belezas de uma área verde de mata secundária com trilhas educativas, árvores e plantas por todo lado, os tanques do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis), um animal dócil que contribui com a cadeia alimentar dos rios amazônicos, o viveiro das ariranhas, a casa da Ciência, que apresenta um acervo diversificado da fauna e da flora da região, a ilha da Tanimbuca, com uma árvore centenária com mais de 600 anos, o recanto dos inajás que abriga o peixe elétrico do Amazonas, além de outras atrações.
Pequenos guias
Além de estar aberto à visitação pública diariamente o bosque também é utilizado como palco para a realização de projetos sócio-ambientais, um destes projetos é o conhecido como “Pequenos Guias”.
O projeto nasceu no ano de 1994, sendo executado pelo Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (LAPSEA) do INPA. Em 15 anos de existência já foram formados 862 adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Para garantir a formação o projeto é desenvolvido em três fases educacionais distintas: formação educacional crítica, atuação e interação no Bosque da Ciência e participação cidadã, fase que compõem o Projeto Jovens Ambientalistas.
Além do seu cunho ambiental o projeto Pequenos Guias funciona como uma ferramenta de inclusão social, acrescentando noções de preservação e desenvolvimento ambiental na formação dos estudantes e seus familiares.
Desenvolvido no próprio Bosque, o projeto, além de difundir o conhecimento científico promove a sensibilização ambiental e desperta nas novas gerações a formação de um pensamento voltado para pesquisa e a ciência.

Para a coordenadora técnica e pedagógica do projeto, Solange Farias, o “Pequenos Guias” tem o poder de fazer com que esses participantes transmitam informações ao público em geral, levando em consideração o apelo infantil. “O poder de persuasão de uma criança consegue convencer um adulto a mudar de atitudes despertando o mesmo para uma consciência ambiental”, enfatiza.
Um dos principais incentivadores do projeto é o coordenador de extensão do INPA, Carlos Bueno, segundo ele é de conhecimento público que os “olhos” do mundo estão voltados para a Amazônia. “Nós que aqui vivemos temos por obrigação desenvolver nas novas gerações uma consciência ecologicamente correta, já que as crianças de hoje são os adultos de amanhã”, Alerta.
Visão de quem participa
Diante da importância da abrang6encia do projeto, nos últimos anos ele tem procurado atingir classes anteriormente excluídas pela sociedade, construindo uma nova cidadania a partir das atividades desenvolvidas, do aprendizado adquirido e principalmente a familiarização com o conhecimento científico.
A estudante Bruna Taíde, 13, moradora do bairro de Petrópolis, faz parte do projeto a oito meses já consegue despertar em seus amigos e familiares um certo grau de curiosidade com a mudança de comportamento em relação as causas voltadas ao meio ambiente. Para ela a experiência tem sido de suma importância, pois além de contribuir para a formação pessoal, levou a estudante a mudar de idéia sobre a sua futura formação acadêmica. "Eu queria ser dentista, professora, mas convivendo dia a dia com a natureza acho que agora vou ser veterinária ou bióloga”, revela.
Ao fim da jornada como pequeno guia do Bosque da Ciência os adolescentes estão aptos a participar do Projeto Jovens Ambientalistas, no qual atuam em eventos e atividades socioambientais promovidos pelo Inpa e outras instituições.
Tanto pelas oportunidades oferecidas para o contato com a natureza quanto pela ajuda na formação da consciência ambiental de jovens adultos o Bosque da Ciência pode ser comparado a um patrimônio do Amazonas, assim como belezas naturais só encontradas na Amazônia.
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